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  • Espelho invisível do próprio do ser

    Aprender a seguir com coragem, fazendo o que precisa ser feito, com alegria, disposição e esperança. Ainda que exista dor ou incerteza, que tenha de aceitar o que sou,  como estou, do que posso ter e seguir com o que tenho. Sabendo que se não mudar o curso, é provável ainda não estar pronto. Entre uma lágrima e um sorriso, realizando o que precisa estar pronto. Sempre que precisar de um espelho, para dar aquela boa olhada extra, recolher-me, e só olhar pra dentro, onde possa não me sentir esquecido, chamando o "você" que mora em mim. E então querer e conseguir ver o reflexo da própria imagem virtual que lhe atinge, o inevitável, o imponderável, o aceitável. Aquilo que está dentro de si, mas que não se pode enxergar se não olhar no próprio espelho. O espelho do próprio ser O reflexo do que de pode ser O ser que em si mesmo pode crer.

  • Em busca do Ego perdido

    Sigmund Freud, certa vez, definiu que o Ego é a sede da consciência, um lugar de manifestações inconscientes; o Eu, a diferenciação do isso; é a instância do registro imaginário por excelência; portanto, das identificações e do narcisismo. Desde então, descobriu-se que as funções do Ego são: capacidade de operar um recalcamento; sede das resistências; tentar gerir a relação "princípio de prazer" versus "princípio de realidade"; participar da autocensura; capacidade de construir meios de autoproteção; verdadeiro lugar de passagem da libido; produzir a sublimação (processo inconsciente pela a qual a energia da libido se desvia para trabalhos mentais criativos, socialmente desejáveis). Complexo! Difícil de assimilar numa primeira leitura. Ensaiando ver de modo mais simples, sabemos que: Perdemos tempo demais sofrendo por situações que não podemos mudar. Tempo demais, sofrendo por quem não nos ama; Tempo demais correndo atrás da tal felicidade; Tempo demais idealizando riqueza e patrimônio; Perdemos tempo... e nem percebemos, que fingimos ser eternos. Vivemos até certo tempo da vida, como se a morte não fosse o inevitável. Esquecemos do que realmente importa, valores distorcidos, paixões desmedidas, excesso de materialismo, tudo nos afasta da verdadeira consciência de quem somos. Nos perdemos no Ego,  ensimesmados, desperdiçando a chance de construir o caminho que um dia nossa alma traçou. Então noutro ponto, quando a idade chega, percebe-se que o dinheiro, não trouxe o amor esquecido, a saúde mal aproveitada, a felicidade foi efêmera, e tudo que acreditou, foi alterado pela vida, percebe que as escolhas feitas, não podem mais ser mudadas. E as consequências passarão a ser a história de vida. Não temos que nos perder no caminho. Porque nós fazemos o  caminho. Temos de recuperar o propósito estarmos vivos. Temos que ser construtores de nós mesmos, lapidar os excessos, ceifar os vícios, tirar os rótulos que nosso Ego adora. Pois o tempo perdido e os desvios do Ego podem nos transformar em folhas secas ao vento, sem rumo, sem destino... Partir em busca do Ego perdido. Encontrando-o, retificar-se e  descobrir que a verdadeira felicidade encontra-se na forma como devemos tratar nossos semelhantes. Ser diferente do isso, ser verdadeiro por essência. Porquanto, não percamos tempo! Sejamos construtores de nossas vidas. E quando o fim do caminho se aproximar, teremos a certeza de que fomos mestres de nós mesmos e de  que teremos sido uma estrada pavimentada de virtudes. Coautoria de Magaly Delgado, do Blog Casa dos Espelhos.

  • Atravessando Sonetos de Camões

    Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança Tudo, como um todo, é composto de mudança; Diferentes em tudo da esperança Do mal ficam as mágoas na lembrança E do bem, se é que algum houve, saudades. E afora este mudar-se a cada dia Nada pode tirar-me toda a esperança Que mal me tirará o que eu não tenho? Pois não temo contrastes nem mudanças, Onde esperança falta, lá me esconde Um não sei quê, que nasce não sei onde; Vem não sei como; e dói não sei porquê. Quando não te vejo perco o siso Quando então te vejo ganho um sorriso Abre-se no âmago a ânsia de intento Por tal formosura do céu a mim descida Satisfazendo-me a todo pensamento Sem que sejas de algum bem entendida. Tão atrevida pode haver tal língua! Louvar-te venho por tamanho atrevimento, Pois a parte melhor do meu entendimento, Se em teu valor contemplo a menor parte, Logo o engenho me falta, o espírito míngua. Se quando sonho encontro o paraíso É que nada pode tirar-me qualquer esperança Ao fim, mudar-se-ão os tempos, também as vontades.

  • As Três Atitudes e o Saber Viver

    O quão difícil é, muitas vezes  percebermos e compreendermos o que é saber viver. Provavelmente tal dificuldade venha do resultado das atitudes do ser humano. Simplesmente de cada um de nós, frágeis e suscetíveis indivíduos que somos. Não quero aqui expor este pensamento sob uma pretensa posse da verdade. Pois não a tenho. Mas não me omito a discorrer sobre isto. Afinal, saber viver é algo que que precisamos aprender todo dia. E sobre as atitudes então... ainda que tanto se diga, há muito por dizer. Primeira atitude: a do vaso, que retém e não dá nada. Segunda atitude: a do canal, que dá e nada retém. Terceira atitude: a da fonte, que produz, dá e retém. Existem seres humanos com atitude vaso, cuja única meta é armazenar conhecimentos, objetos e dinheiro, bens materiais. São aqueles que acreditam saber tudo que há pra saber, ter tudo o que há para ter e consideram sua tarefa terminada quando concluir todo o armazenamento. Não querem compartilhar suas alegrias, muito menos colocar seus talentos a serviço dos outros, nem sequer repartir conhecimento. São extraordinariamente estéreis, servidores do seu egoísmo, carcereiros de seu próprio potencial humano. Por outro lado existem seres humanos com atitude canal, que passam a vida fazendo coisas. Seu lema é "produzir, produzir e mais produzir". Não estão felizes se não realizarem muitas atividades e todas com agilidade, sem perder tempo. Acreditam estar de forma contínua a serviços dos que o cercam, até de não conhecem. Tudo isso é fruto de uma neurose produtiva, pela qual na verdade, agir sem parar é o único modo que têm de acalmar suas carências. Dão e se doam, seguem provendo, mas nada retêm e sentem-se vazios. Podemos também encontrar seres humanos com atitude fonte, que são verdadeiros mananciais de vida. Capazes de dar sem esvaziar, de oferecer sua água (seus recursos) sem terminar secos. São pessoas do tipo que espalham de amor por onde passam, que transmitem confiança e otimismo, iluminando com seu reflexo a vida de quem os cercam. Indivíduos providos e luz própria, que se doam pelos demais e, como retorno, acumulam a energia pra viver. De tal ponto de vista, vamos assumir que na vida todos nós tenhamos um propósito diante daqueles que cruzam nosso caminho. E que cada ser humano tem seu próprio destino traçado. Nas relações humanas, existe o fator multiplicador, aquele que torna o propósito de cada um de nós com maior ou com menor valor.  Há aqueles que servem para nos desafiar, outros que estão aqui para nos ajudar, nos servir, nos ensinar, nos acompanhar; há também alguns que simplesmente temos de ignorar. Enfim, cada qual com sua função devida. Reconhecer com qual tipo de ser humano nos identificamos, a qual propósito estamos designados, a quais atitudes nos submetemos, compreender quem somos e como somos, com quem nos relacionamos: o que é saber viver.

  • As pessoas que atravessam nosso caminho

    Enquanto caminhamos, mais vezes olharmos à frente, vezes pra baixo, às vezes de lado. Enquanto caminhamos, menos vezes olhamos para cima, para o alto, pouco para dentro. Enquanto caminhamos, muito plantamos, algumas vezes colhemos, tanto jogamos fora. Uma curva, um ponto de partida, uma margem... e percebemos (do verbo receber) pessoas que são um presente, pelo simples fato de existirem. São aquelas pessoas com quem você passaria horas não contabilizadas no relógio, apenas divagando em conversas desconexas. Levante a mão quem não puder eleger aquela pessoa que mais parece ter vindo embrulhada com adornos dourados em sua vida! Sejam pessoas (no plural ou tão somente uma) que flutuam com facilidade por qualquer assunto, são presentes mesmo quando ausentes, permitem fazer com que aspectos fluam aleatoriamente. Não estou falando especificamente de uma pessoa amada nem me refiro àquela pessoa tida como a alma gêmea; não é sobre quem popula nosso coração, quem preenche nossas horas, quem pulula nossa retina. Não vou classificar quem é presente em nossa vida pela paixão, pelo sentimento afetivo/carnal, ou por laços de comunhão, pois à pessoa do coração valerá mais um punhado de poesia que este singular ângulo de visão.  Tampouco é sobre a vida de alguém em especial, menos ainda sobre nossa própria vida - ou de outrem. É sobre alguém que nos faça ver o céu mais azul, que tire as nuvens cinza de nossa frente e nos impulsione além. É sobre quem parece ter nascido para fazer o algo mais sobre nós. Daquela conexão misteriosa, onde os pensamentos se completam e você apenas sente, sem nada menos nem muito mais. É sobre quando você quer dar um “oi” apenas para receber um “e aí” de volta, mesmo que pelo eterno instante de uma xícara de café. Tem gente que cruza o nosso caminho e nos muda a direção. Assim como nós cruzamos o caminho de pessoas, sem se dar conta, que de bate-e-pronto, as levamos a outro rumo. Simples assim! A vida pode nos embrulhar para presente e nos entregar para alguém. Mas é fato que a vida embrulha uma pessoa para presente e entrega a nós, sem informar quando, como e porquê. Eis que chega o dia em que o momento é nosso, o caminho é outro, o horizonte é novo. Até chegar o dia em que o momento é outro, o caminho é nosso, o horizonte é remoto. Então em nossa mente entendemos quem foi essa pessoa, o que fez essa pessoa, o que nos causou tal pessoa. E o presente é todo nosso, porque no passado foram elas, ainda que no futuro, não necessariamente, seja do destino, já que o destino é o que fazemos, por vez com uma mãozinha alheia, outra vez com um passo a mais, como um sopro no mar. Mar que não é suficiente para só uma pessoa, precisa-se mais que um oceano para retribuí-las. Porque elas têm um nome, preposição e sobrenome, que nos inspiram a homenagear os poucos e valiosos presentes da vida. Porque são vivas, são almas, são vivalmas que nos dão velas para enxergar no escuro, independente do que seja obscuro, oblíquo, longínquo... Porque são pessoas que atravessam nosso caminho, sem esbarrão, sem qualquer supetão, sem tropeços; como ventos que não passarão, e assim permanecerão. Um passo adiante, caminhando... meia-volta, volver! Pulso firme, erga a cabeça, olhos atentos, lembre-se de quem foi seu ponto de luz, mentalize o que representa esta pessoa. Agradeça o presente!

  • Apenas três minutos para ser feliz

    Calma, que a vida espera! - diz um dito popular. Mas não! A vida não espera. Talvez porque a pessoa não espera, o tempo não espera, ou simplesmente porque toda espera é mera ilusão. O ato de lidar com a espera, que antes era relativo, hoje é imediato. E a sensação de ver o tempo passar, que já foi quase imperceptível, agora é motivo de angústia por passar tão rápido. Será que os dias estão mais curtos, que as noites de sono são menores, que os anos estão voando? Não há provas científicas sobre isso, mas é provável que a velocidade do tempo aumentou porque nossas mentes não sabem mais a medida exata do tempo de espera. Nossas práticas diárias não cabem mais no prazo certo de duração dos ponteiros do relógio. Mas onde estão os ponteiros do relógio? Atualmente são menos utilizados. As horas, minutos e segundos do mundo moderno foram trocados por algarismos, seja em relógios de pulso ou de parede, seja em painéis urbanos ou em aparelhos eletroeletrônicos. Vícios da era digital, como se fosse pra nos lembrar sempre de que o tempo urge, como se o ato de ver as horas fosse em cronômetros, a todo momento nos avisando de que o tempo está acabando. Assim como nossas ações, providências e afazeres vão sendo medidos menos vezes pelo tempo que vão durar e mais vezes pelo pouco tempo que restam. São esses lapsos que fazem com que pequenas angústias no subconsciente tornem qualquer minuto a mais de espera numa frustração de expectativas, causando uma certa dor na alma. "Tempo é dinheiro" ou "não tenho tempo a perder" ou ainda "mal posso esperar"... esses dizeres corriqueiros servem pra resumir o modo como estamos ávidos pela pressa e a urgência. Essa sensação de espera é pior ainda  porque hoje em dia andamos/dirigimos com aplicativos ligados pra mostrar hora e minuto exato que vamos chegar a um destino. E se não chegamos no tempo exato, pontadas de agulhas parecem nos espetar como castigo pelo atraso, que mesmo não sendo reclamado por alguém, nos penitenciamos. Antes não era assim. Fazia-se um cálculo mental da previsão de chegada a um local e deixava-se levar pelo sabor da descoberta do tempo e da distância real. E o que dizer da espera por resposta? Os comunicadores instantâneos (e-mails, aplicativos de mensagem e afins) que hoje usamos de forma massiva causam pequenas torturas mentais quando a pessoa contatada não responde em tempo hábil (defina-se, alguns três minutos, por exemplo) e dependendo do assunto da mensagem, algumas porções de infelicidade vão tomando conta de nossas esperas. Antes não era assim. Escrevia-se cartas, que levavam três ou mais dias para chegar ao destinatário. Conversa por telefone era muito comum via orelhão público, cujo tempo podia ser medido pelos três minutos de duração da ficha. Quando não livre, havia fila no tal orelhão de rua e ao invés de angústia, a espera pela ligação não passava de ansiedade. Quem alguma vez não quis que um dia durasse mais que 24 horas? Pode ser um modo figurado de dizer, mas isso significa uma vontade contida de querer esticar o tempo, prolongar um momento de felicidade ou apenas terminar tarefas, conquistando um pouco mais de  tempo para ser feliz. Uma verdade inevitável: não temos tempo a perder e não queremos perder tempo. Queremos sim, ser felizes por pelo menos os três minutos que o ponteiro invisível da rotina moderna vem descontando do nosso salário vital.

  • Abutres do poder, pelegos da sociedade mambembe

    Miséria é miséria em qualquer canto, riquezas não. Essas são diferentes. Ninguém mais sabe falar esperanto. Castas, crenças, moléstias, esperança. Comecei parafraseando os versos de uma música da banda Titãs, ressaltando o contra senso destes dias e noites malditos, em que qualquer prosa ou poesia se deteriora, tendo em vista essas balbúrdias de tantas notícias estapafúrdias. É difícil ficar bonito quando se está faminto. Ora, é bucho vazio,  ora é mente seca, as  vísceras "putres". Rumores e ruídos vindos do centro poder; Poder esse que está tomado pelos abutres. É impossível ficar alheio quando se está cercado de asco. Pudera, é ranço visível, é repúdio veemente, uma repulsa a governo mambembe; Tumores que entopem os dutos dos cofres públicos; Público que já se não entende. Como haver prosperidade em meio ao lixo produzido pelas farsas? Quando haverá luminosidade enquanto só os vaga-lumes pousarem nas urnas? Onde se verá uma sociedade igualitária diante das mazelas do azul contra o  vermelho? Nada a ver; nada mais por haver. A não ser, estarmos fadados a ser esta republiqueta! Enquanto estivermos cercados de maus homens assinando acordos, rascunhando subornos e pintando os "sete reais" de forma irreal, serão os pelegos que empunharão megafones e cerrarão punhos, depois de mendigar que suas falácias sejam afagadas. Sei que estes verbos e adjetivos aqui empregados estão vomitados, no entanto é a forma encontrada para aliviar as náuseas dos fatos veiculados. Não é exclusivo meu ponto de vista, pois  mais fácil é ficar alheio ou só divagar sobre mais do mesmo. Afinal, quem se importa!? Se tanto faz o erro de hoje, o desfalque de ontem ou o rombo de amanhã? Pouco importa. Muito de toda essa lameira vai pro limbo. Quase tudo vai virar lodo. Vai ser como aquela crosta de limo na parede do aquário. Aliás, temos nada mais do que os três segundos de memória de um peixinho de aquário. Se a sujeira vai ser varrida para baixo do enorme tapete nacional e o empresariado vai parar com todo o jabaculê? Talvez! Vai depender de quanta farinha for usada no bolo confeitado da imprensa. De quanto bagaço sobrar depois das(os) laranjas fiéis aos malfeitores sujeitos políticos. E dos montes de "memes" distribuídos pelos smartphones da massa popular. Afora, resta a cada um de nós apenas sintonizar o canal de mídia oficial ou social preferido e escolher em qual mentira acreditar. Vox populis, vox Dei. A voz do povo é a voz de Deus. Menos aquelas que são gravadas escondido. Essas nem Deus sabe.

  • A insustentável incerteza do ser

    Certo ou não, bom ou não, Injusto ou não, forte ou fraco, Tão indefinido quanto incerto. Dura a mente onde reside a dúvida, Duramente, é ela que reveste o querer. Assim é cada um. Que mais dizer? Não dizer por se sentir obrigado, Mas algum modo, sentido obrigatório. Virar à esquerda, tornar à direita, Ou apenas seguir adiante? Que seja, desde que para trás, jamais! É vivendo, querendo e tentando, Que há de se conseguir decidir. Se sim, ver, vir e vencer. Enfrentar os dragões da consciência, Combater as tentações pelo ócio, Passar firme, chegar mais distante. Qual direção pegar, qual decisão tomar? Tão somente pegai e tomai. Não hesitarás. Ao final, seu destino, cada um é quem faz.

  • Torradas Queimadas

    Quando eu era ainda um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro, especialmente de uma noite, em que ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro. Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, em frente do meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola. Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geleia, engolindo cada bocado. Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que meu pai disse: " - Adorei a torrada queimada...” Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite ao meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele envolveu-me em seus braços e disse-me: " - Companheiro, a tua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, o melhor empregado ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias!" O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros. Desde que eu e tua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a suprir um as falhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando. Ela não sabe usar a furadora, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar cheiroso, de tão limpo. Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu. Eu nunca soube pôr-te a dormir, mas comigo tu tomavas banho rápido, sem reclamares. A soma de nós dois faz o mundo que tu recebeste e que te apoia, eu e ela nos completamos. A nossa família deve aproveitar este nosso universo, enquanto estamos os dois presentes. Não que mais tarde, no dia que um partir, este mundo vá desmoronar, não vai. Novamente teremos que aprender e adaptarmo-nos para fazer o melhor. De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e até com amigos. Então, filho, esforça-te para seres sempre tolerante, principalmente com quem dedicas o precioso tempo da vida, a ti e ao próximo. "As pessoas sempre se esquecerão do que tu lhes fizeste ou do que lhes disseste. Mas nunca esquecerão o modo como tu as fizeste sentir-se." (Publicado na internet, de autoria desconhecida)

  • Meditando sob a Luz do Caminho

    "Há algo indefinido e completo, que existe antes do céu e da terra. Como é calmo e sem forma, único e imutável, e tudo atinge sem se exaurir! Deve-se considerá-lo a Mãe de todas as coisas. Não sei o seu nome e, na falta dele, eu o chamo de Tao". O Tao (caminho) é considerado a única fonte do universo, eterno e determinante de todas as coisas. Os taoístas creêm que quando os eventos e coisas são permitidas existir em harmonia natural com a força macro-cósmica, então existe paz Assim o sábio chinês, Lao Tse, há mais de 2.500 anos atrás, falou do Tao. Pela integração harmoniosa dos nossos pensamentos, sentimentos, sensações e intuições, podemos nos aproximar do Tao, palavra que podemos traduzir também como Essência. Muito da essência do Tao está na arte do wu wei (agir pelo não-agir). No entanto, isto não significa “espere sentado que o mundo caia no seu colo”. Essa filosofia descreve uma prática de se realizar coisas através da ação mínima. Fica aqui o convite a um exercício vivencial equilibrante, uma breve jornada em direção ao início da redescoberta do seu potencial de paz, equilíbrio, suave alegria. Para um vislumbre do que Lao Tse chamou de "Portal que conduz a tudo aquilo que é sutil e maravilhoso, ao recôndito segredo de todas as essências!" Apoie-se as costas no encosto da cadeira, procurando manter a coluna razoavelmente ereta, mas de forma confortável. Se preferir e tiver à mão, use uma almofada para apoiar melhor as costas. Respire lenta e profundamente... Umas três vezes... A cada expiração, relaxe-se, descontraia-se... De novo, mais três vezes, lenta e profundamente..., relaxando-se mais e mais a cada expiração... Deixe, agora, sua respiração seguir o ritmo natural..., apenas a acompanhe..., o ar que entra e que sai de seus pulmões... Sinta a harmonia da respiração..., o oxigênio vitalizante entrando até os seus pulmões e, de lá, sendo levado pela corrente sanguínea para todo o seu corpo... Imagine que suas artérias e veias estão transportando luz... Uma luz suave..., bonita... Essa luz lhe dá uma sensação muito boa de paz, suave alegria e harmonia... Imagine uma bela praia. Está amanhecendo... A temperatura está agradável... Ouça, em sua mente, o tranquilo ruído das ondas do mar que vão e vêm... Sinta as ondas indo e vindo, tranquilas, como o ritmo suave de sua respiração... Relaxe-se... Perceba, nesta bela praia que você está visualizando em sua mente, uma agradável vegetação próxima - coqueiros, árvores frondosas, flores - suas folhas balançam levemente com a brisa marinha... Sinta o som e o cheiro do mar... Os primeiros raios da aurora tingem de suaves cores o céu. Você se sente bem, uma sensação de tranquilidade e paz... Sente integração, equilíbrio com tudo ao seu redor - a areia da praia a seus pés..., o ritmo das ondas..., o suave balanço das folhas..., tudo... Alguns raios do sol nascente fazem uma trilha no mar... É uma trilha dourada, muito bonita... Essa luz vem até você... E lhe envolve numa energia dourada, luminosa... Você se sente em paz, em equilíbrio..., leve, cada vez mais leve..., relaxando-se, descontraindo-se..., cada vez mais e mais... A luz dourada envolve todo o seu ser, equilibrando, harmonizando..., tanto o seu corpo, como a sua mente... Imagine, agora, que esta luz dourada se expande para todo o ambiente ao seu redor - coisas, pessoas, tudo... Todo este ambiente e você estão envolvidos por essa bela luz dourada... Há uma sensação de equilíbrio, proteção e paz... Uma suave onda de amor envolve você e tudo ao seu redor... Este campo dourado, agora, expande-se para todo o local em que você está... "A Essência está em tudo e se irradia em todas as direções", lembra-nos o sábio chinês. "Todas as coisas são produzidas por Ela e nutridas pelo seu constante fluir." Sinta esse fluir e a suave sensação de alegria e amor que está em você e em tudo ao seu redor... E perceba, no mais íntimo da sua alma, que: "A mais elevada virtude é semelhante à natureza da água. A água é benéfica para todas as coisas, mas não se vangloria disto, e tampouco luta para sê-lo. A água flui em todos os lugares, mesmo os mais obscuros. Ela está próxima à Essência." Volte, agora, ao seu estado normal de vigília. Respire mais profundamente. Ao inspirar, sinta entrar energia, vitalidade e saúde em todo o seu corpo! Espreguice-se, alongue-se! Sinta a energia vital! A alegria de viver! Sorria! Agradeça mentalmente à Essência de tudo o que existe a oportunidade de viver, de participar da grande aventura da vida!

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