Seguindo uma harmonia, benfazeja
Eu sei, expectativa, espera, incerteza...
Hoje somos, temos, pensamos assim.
O quero, o que preciso, o que desejo,
Que nunca chega, parece que não ter fim.
Tem horas que acho que vou me afogar
Ou será que tudo isso vai sair de mim?
Estive nadando num mar de ansiedade
Cheio de violentas ondas de saudade.
Para completar vem a auto-sabotagem
Fazendo a mente entrar nessa viagem
Em um barquinho feito de papel
Sem ter onde atracar, ao léu.
É puro desespero e rezo, porém espero,
Que ligeiro algo me caia do céu.
Sonhar pode, sonhar prefiro.
Imagino que isso é um sonho
E que dele posso acordar.
As horas chamam, a inércia nos mata
Mas já nem me preocupo mais
Abandono a mala cheia de dificuldades, a se desviar
Lembro-me de que num instante, lembrar de ti, pode me fazer flutuar.
Nem me pergunte se essa é uma sensação, uma passagem
Superar minhas expectativas, ainda que nem as tenha como imagem.
Pode ser que um dia eu me mude
Melhor que ficar estagnado,
Vendo a vida passar ao lado.
Mas agora não. É outono.
E as flores já não seguem a ordem natural, as folhas cairão!
Sinto esse doce perfume, as mesmas loucuras, os mesmos costumes;
Eles fazem até ferro atrofiar.
Mas nem me pergunte
Se essa sensação é miragem,
Se é ilusão ou delírio.
Passarei também o inverno inteiro
E não sentirei frio.
Até chegar a primavera, seja com muita ou pouca espera.
Nada constará, a não ser a harmonia, benfazeja,
De novamente lhe encontrar.
Retornar o verão a me aquecer
Meu corpo,minha mente, minha razão.
Será um novo tempo, uma nova estação.
Será apenas mais uma estação.
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