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Páginas Escritas

Se Eu Morresse Amanhã (autorreflexão)

Por Magaly Delgado (MagaMagaly)

Sou Terapeuta holística, sensitiva, numeróloga e radiestesista. Formada em Psicanálise Interativa e graduada como Sacerdotisa. Escritora do livro "Despertar - A Reintegração dos Filhos da Luz" .


Gostaria de ter o dom de filosofar sobre a morte, de enxergá-la de modo lúdico, como se não fosse a única coisa real, desde o meu nascimento.


A morte e o tempo, têm uma conexão, intensa e forte, uma com a outra. Quando jovens, vemos a morte num tempo quase irreal, como se nunca fossemos vivenciá-la. Com o passar do tempo, começamos a morrer todos os dias um pouco.


São os sonhos não realizados, são as derrotas diante das fatalidades, ou o cansaço do corpo físico, diante das intempéries da vida. Morremos um pouco, quando vemos nossos ideais, se deteriorarem pela inversão de valores, morremos um pouco quando sucumbimos diante das nossas fragilidades, ao nos deparar com a certeza que a vida continuará mesmo sem você estar nela.


Mas a questão é que ao fugirmos da morte, fugimos da única certeza do que nos espera um dia, e neste caso o ”se eu morresse amanhã”, isto seria agora. A morte se apresenta, como um véu de mistérios, onde suas brumas nos escondem da verdadeira consciência.


Quanto mais próximo de quem eu penso que sou, mais longe penso estar do meu verdadeiro eu. Vivi tanto tempo nesta Matrix de sonhos e ilusões, que a morte me aproxima da minha verdadeira consciência. E esta descoberta tardia, me enche de tristeza, porque perdemos muito tempo brincando de viver que nos esquecemos que a morte nos espera, para nos trazer de novo a realidade que teimamos em negar.


A morte, ao andar em paralelo à minha vida, não me assombra. Ela faz me lembrar que de todo jeito irei atravessar este portal. E chamo de portal, porque para mim, nada mais é do que a volta para dentro da minha própria consciência. É a expansão que me tira de um mundo ilusório, para a realidade que me aguarda, sem máscaras e sem ilusão.


A morte nos despoja da ilusão de quem pensamos ser, ela nos coloca no devido lugar, que conquistamos em vida. Errando ou acertando, com vícios e erros, vamos colher aquilo somente que plantarmos. Se acredito em outras vidas? Sim, acredito! Mas acredito também que esta Roda de Sansará, este Véu de Maya, a nos manter presos neste magnetismo de 3° dimensão, nos afasta também das grandes possibilidades de alçar novos voos em direção à Luz. Morrer não significa não evoluir. Isto é, seria para mim a verdadeira “MORTE”, continuar estagnados num mesmo patamar, no nosso caso, o de 3ª dimensão. Aqui em vida, é ainda para nós, a mais remota forma de continuar a viver, ou pensar que se está realmente vivo.


Enquanto não conseguirmos acordar da dormência em que nos encontramos - esta morte em vida - nunca conseguiremos sequer, encontrar quem realmente somos. Se atravessar o portal da morte significa a busca fora desta prisão, que venha a morte! No entanto o caso está longe de ser este. O medo da morte vem do medo de sofrer, da forma como esta morte poderá ocorrer, se através de doenças, se através de acidentes, se através de situações fatais... Será que até para morrer temos que ter merecimento, dormir num sono profundo, para se reencontrar no Grande Oriente de Luz?


Seria maravilhoso, porém acredito que para se ter este merecimento, a pessoa terá que ter acertado seus carmas e darmas totalmente. A doença serve como depurador do Ego, a dor como lembrete da nossa situação de fragilidade nesta terra. Até nosso último suspiro iremos acertar, lapidar nossa pedra. Então por que não começarmos a encarar a morte como uma mudança de consciência?


Consciência esta que nos indica quem somos e o que realmente queremos e precisamos desta existência. A vida nos prepara todos os segundos dela, para morrermos um dia, nos condiciona a soltar os cordões que nos prendem a pessoas e situações, nos ensina a ir de encontro do nosso destino e nos faz querer ser melhor do que somos. A morte nos mostra de forma nua e crua a fragilidade que sustenta nossos egos. E passar por ela, é o único meio de ir de encontro à nossa essência de Luz, encontrando em nós a Divindade no nosso próprio EU SOU.


Se eu morresse amanhã... agradeceria a oportunidade de atravessar mais um portal, diante de uma existência futura.



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