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Páginas Escritas

Sangue, suor e lágrima


Voltar a atenção pra tudo aquilo que nos aflige, é feito pauleira na moleira!


Vou abrindo logo a reflexão dessa maneira pra dizer, de forma bem direta, que tem dia que a gente só sai da cama pra levar bofetada.


Toma de cá sem pedir, toma de lá sem esperar, que nem dá pra evitar nem dá pra desviar.


E assim, direto ao ponto mesmo, porque se num dia a brisa é leve, noutro é topada nos dedo e rasgo na pele.


Quem nos dera viver dessa brisa que é gíria da loucura!

Provar do gosto azedo-doce da nata de glórias;

lamber os beiço com o salgado-amargo de mágoas;

cheirar o aroma verde-queimado de cerca aparente;

escorregar as mãos em água de chuveiro quente...

Tudo, tudo sem medo e sem culpa.


Se existe um corpo, este sangra;

Se existe um labor, tem de suar;

Se existe um temor, pode ter choro.


Porque de verdade, nosso sustento é feito na labuta,

é forjado nos pingo de sangue, suor e lágrima.


E até perito nós já somos. De tanto ver escorrer esses líquido que sai de tudo que é jeito.


Quem nunca parou pra destilar seu veneno resultante da dor cotidiana, ou deve estar constipado, com as veias secas, ou por falta de brio, ou em estado de torpor, ou ainda, se escorar nos muro de vento leste-oeste.


Mas não tem nada não!

Se eclamar não resolve, então bora arregaçar as manga e pegar no batente todo dia.

Senão o pau tora nas costa do caboclo e num tem Cristo que vá lhe salvar.

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