Acesas as luzes da ribalta: o espetáculo já começou!
Mesmo que uns digam, quem espera sempre alcança.
Há quem prefira ir devagar, sendo devagar e sempre.
Há quem decida ir longe, enxergar o horizonte.
Há quem queira ir mais adiante, até onde o sol se esconde.
Persiga-o!
Quando não, o tempo o degradará.
Sorrisos esparsos, passos largos, passos lentos, braços aos ventos,
Ouvidos atentos, os dedos em riste, vozes em grito, olhos entreabertos,
Mente aberta, percalços, pés descalços.
Calce-os!
Quando sim, o chão árduo maltratará.
Use e defenda a tua armadura, que é teu caráter, tua cara a ter,
Por mais que esteja exposta.
Pegue tua arma dura, segura, que é tua lança, tua vontade pura,
Ainda que haja o que não se gosta.
Vista-a!
Quando menos, a busca da cobiça o cegará.
Sangue, suor, guerra, luta, saliva, torne bem vencida, a batalha.
Senão vem a derrota, como navalha, e tira de ti o que é tua conquista.
Vá com tudo, venha com todos, contudo, que venha mais forte,
Senão vem a velhice, e com sorte, e tira de ti o que é de teu corpo.
Vença-a!
Quando muito, as rugas no corpo o desgastará.
Uns correm, outros estacionam, uns percorrem, outros renunciam.
Os que persistem, os que conquistam; se não conquistar, ao menos alcançar.
Atinge quem escreve o simples roteiro, supera quem exerce o melhor papel.
Mais vale quem realizar o belo espetáculo.
Alcance-o!
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