(Ocorrida numa destas madrugadas)
Por Magaly Delgado (MagaMagaly)
Terapeuta holística, sensitiva, numeróloga e radiestesista. Formada em Psicanálise Interativa e graduada como Sacerdotisa. Escritora dos Livros: "Despertar - A Reintegração dos Filhos da Luz" e "Portais Interiores!".
Escuto os tambores tocando ao longe. Parecem as batidas dos Dakotas.
Minha respiração se acelera e numa espécie de transe, volto pela mata em busca deste som.
Tudo fica mais claro à medida em que me aproximo, as cores ficam mais fortes, o cheiro se espalha, como se a relva tivesse sido molhada pelo orvalho.
Com todos os sentidos aguçados, vou olhando ao redor e percebo que à minha volta que os cinco elementos fazem a moldura do lugar. Sim! Eu disse, cinco!
O fogo se precipita, destruindo o que o homem já tinha destruído antes. E na queimada da floresta, percebo que não é só a mata que arde. Ali o fogo quer conter os interesses espúrios, a maldade dos grilheiros, a perversidade de quem corta árvores milenares.
Enquanto os outros elementos harmonizam, o fogo quer provar sua força, diante dos desmandos. A floresta queimando, enquanto a batida do tambor dakota aumentando o ritmo e minha sensação de lucidez se esvaindo, diante da maldade humana.
Então olho para cima e vejo índios, caboclos e xamãs dançando com a tristeza estampada no rosto. Ali não tem tribo, nem país. Ali só existe a mata pedindo socorro.
A sensação era do tempo ter parado, sequer um lamento de pássaro é ouvido. Eu na minha pequenez, contemplando estes seres altivos, me dou conta que a saudação ali, era para a Mãe Terra - a mãe natureza.
Envergonhada, curvei minha cabeça e percebi que naquele momento eu era uma mera expectadora, assistindo a tristeza daqueles que nasceram para tomar conta da natureza.
Um deles olhou para mim e naquela hora entendi que ali o meu papel era testemunhar o choro da mata ardendo.
Instagram: @magamagaly11
Youtube: MagaMagaly /Casa dos Espelhos
Comments