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Páginas Escritas

O poder libertador de um palavrão

Lendo um artigo da Revista Galileu que descreve o porquê de gostarmos e  sentirmos prazer ao soltar palavrões logo me veio a vontade de compartilhar o tema.


Só que ao invés de copiar/colar o link da matéria resolvi simplesmente trazer meu ponto de vista, pois concordei imediatamente com a chamada da matéria: sim, é gostoso falar palavrão!


E não vejo motivo pra muita moralização mesmo não. É da natureza humana falar palavrões! Todo mundo fala. Acho que até o Papa Francisco (não em público, claro) deve soltar algum palavrão preferido quando lhe convém.


Um palavrão bem dito e bem colocado, da forma certa, no lugar certo e na hora certa, seja daquele jeito instantâneo e espontâneo, com entonação apropriada, chega a ter um poder psicoterapêutico.


"O psicólogo Timothy Jay, do Massachusetts College of Liberal Arts, nos Estados Unidos, afirma ainda que o poder dos palavrões vêm da quebra das normas sociais e que estamos condicionados a relacioná-los com tabu." - cita a matéria da revista. Faz todo o sentido, não!?


Trocando em miúdos, admite-se que um palavrão saindo da boca de uma criança é descabido, feio e mal-educado. Sendo da boca de um adolescente pode ser visto como rebeldia, "porra-louquice" coisa e tal. Mas da boca do adulto... aí já é tido como usual, normal e coloquial.


Ora, sejamos francos! Falar palavrão é bom pra cá... ops!! É bom pra cacete!!!


Viu só? Você que está lendo isto sabe bem o palavrão que ia sair. Mas por causa do suposto tabu de infringe as boas práticas do bom linguajar, troquei por um palavrãozinho mais "leve" e aí pude escrever sem agredir.


No fundo é isso. Tudo depende do tom de agressividade e a quem/o quê o palavrão está sendo dirigido.


Exemplo: o trânsito tá uma merda! Pronto, falei outro palavrão. Mas se falo  que tá um cocô, daria mesma? Acho que não né! Do primeiro jeito que falei consigo extravasar melhor que o outro jeito e assim por diante.


Outro exemplo: quem dirige em Sampa sabe o quanto é difícil ficar um dia se quer sem soltar um ou mais palavrões. Quantas vezes, na pilha dos nervos, aquele 'camarada' do carro/moto que passou me fechando e tirando tinta  foi devidamente agraciado com meus palavrões? Mas aprendi uma técnica aliviadora para o palavrão no trânsito nosso de cada dia: fecho os vidros d carro e solto a plenos pulmões aquela sequência sonora de palavrões pela fechada que o cara acabou de me dar. Assim fico aliviado, não agrido ninguém com o palavreado nem deixo de presentear quem mereceu.


É quase como saborear um fruta doce, quando o palavrão vem com força e vontade, seja alto ou baixo, mas carregado da raiva ou do susto que o motivou.


Mas tem um detalhe nesta estória. É o fato de que saboreamos algo mais e melhor quando não o temos o tempo todo. Assim é também com o palavrão: quanto menor a frequência com que usamos palavrões, mais poderosa é a sensação quando falar o próximo.


Por isso, se palavrão é bom, vamos usar com moderação.

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